O TABACO DA VIDA




De amor cantando, 
sem nele demasiado acreditar, 
dei a volta ao coração (demorei anos): 
está só - mas sem nenhuma vontade de parar... 

Desiludidos? Paciência, amigos... 
Bebamos mais, fumemos, refumemos, 
entre as mulheres, o tabaco e a vida. 
Como cedilhas pendurados que felizes seremos, 

exemplares cretinos nesta noite comprida... 


Alexandre O'Neill, in "Poesias Completas" assírio & alvim, 2000

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